De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, empresário e Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, o impacto do trabalho remoto na ergonomia dos colaboradores pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo de diversos fatores. A ergonomia é essencial para garantir a saúde, o bem-estar e a produtividade dos profissionais, e o ambiente de trabalho remoto apresenta novos desafios e oportunidades nesse contexto.
O que é ergonomia e qual sua importância?
A ergonomia é o estudo das condições de trabalho com o objetivo de adaptá-las às características fisiológicas e psicológicas dos colaboradores. Um ambiente ergonomicamente adequado contribui para a prevenção de doenças ocupacionais, como lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), além de promover maior conforto e eficiência nas tarefas diárias.
Com o aumento do home office, a aplicação dos princípios ergonômicos tornou-se ainda mais relevante, já que muitos profissionais passaram a trabalhar em ambientes improvisados e, muitas vezes, sem a estrutura adequada. O trabalho remoto pode trazer benefícios ergonômicos significativos quando realizado em um ambiente devidamente preparado. Entre os principais impactos positivos, destacam-se:
Flexibilidade para ajustes personalizados
Em casa, o colaborador tem maior liberdade para adaptar o ambiente de trabalho às suas necessidades individuais. Conforme Paulo Henrique Silva Maia destaca, a personalização do espaço contribui para o conforto postural e para a diminuição do estresse físico.
Redução de deslocamentos
Evitar longos deslocamentos diários elimina uma fonte comum de desconforto físico e mental. Menos tempo no trânsito significa menos exposição a posições inadequadas e mais tempo para pausas e autocuidado, fatores que influenciam diretamente na ergonomia.
Controle sobre pausas e intervalos
O home office permite que o profissional gerencie melhor seus intervalos, o que é benéfico para a saúde musculoesquelética. Realizar pequenas pausas para alongamento ou movimentação pode prevenir fadiga e dores corporais.
Quais os impactos negativos do trabalho remoto na ergonomia?
Por outro lado, o trabalho remoto pode gerar efeitos negativos quando não há preparo e conscientização por parte dos colaboradores e empregadores. Alguns dos principais problemas incluem:
Postura inadequada
Muitas pessoas utilizam mesas de jantar, sofás ou até mesmo camas como estações de trabalho. Para Paulo Henrique Silva Maia, essa prática aumenta significativamente o risco de dores lombares, tensões no pescoço e lesões nos ombros e punhos.
Falta de equipamentos ergonômicos
Cadeiras sem apoio lombar, mesas em altura inadequada e ausência de suportes para notebook são problemas comuns. A ausência desses recursos compromete a postura e pode causar desconforto progressivo.
Ambiente não controlado
Iluminação insuficiente, ruído excessivo e temperatura inadequada são fatores que afetam o conforto e a produtividade do colaborador em casa. Além disso, a convivência com familiares pode gerar distrações que impactam na concentração e no rendimento.
Como melhorar a ergonomia no home office?
Melhorar a ergonomia no trabalho remoto exige ações práticas e acessíveis. Veja algumas recomendações:
Invista em mobiliário adequado
Cadeiras com ajuste de altura, encosto ergonômico e mesas compatíveis com a altura do usuário são fundamentais.
Estabeleça uma rotina de pausas
Realizar pausas regulares a cada 50 ou 60 minutos de trabalho ajuda a reduzir a fadiga e previne o aparecimento de dores musculares. Alongamentos simples e caminhadas curtas são boas práticas.
Crie um ambiente silencioso e bem iluminado
Conforme reforça o empresário Paulo Henrique Silva Maia, ambientes tranquilos e bem iluminados reduzem a tensão ocular, o estresse e favorecem o foco e a produtividade.
O trabalho remoto é benéfico ou prejudicial à ergonomia?
Em resumo, Paulo Henrique Silva Maia frisa que o impacto do trabalho remoto na ergonomia dos colaboradores depende diretamente da estrutura disponível, da conscientização dos profissionais e do suporte das empresas.
Autor: Ekaterina Smirnova
