Inovação tecnológica no setor elétrico e seus reflexos no enquadramento tributário das operações, na visão de Leonardo Manzan

Ekaterina Smirnova By Ekaterina Smirnova
Leonardo Manzan analisa os desafios jurídicos da inovação no setor elétrico e os impactos fiscais da digitalização e automação.

A transformação digital no setor elétrico tem alterado profundamente a forma como a energia é gerada, distribuída e comercializada. Leonardo Manzan, tributarista com sólida experiência em direito da energia, avalia que a incorporação de tecnologias como inteligência artificial, blockchain e medição inteligente impõe novos desafios à legislação fiscal brasileira. A inovação, embora impulsione eficiência e sustentabilidade, exige atualização do enquadramento tributário para acompanhar a evolução das operações no mercado elétrico. A integração entre tecnologia e tributação é, portanto, indispensável para garantir previsibilidade e competitividade ao setor.

Leonardo Manzan elucida o impacto das novas tecnologias sobre a estrutura do setor elétrico

O avanço da digitalização trouxe maior integração entre agentes e consumidores. Conforme analisa Leonardo Manzan, sistemas inteligentes de gestão e plataformas digitais de comercialização tornaram o mercado mais dinâmico e acessível. Contudo, a natureza híbrida dessas operações, que envolvem dados, energia e serviços tecnológicos, dificulta a identificação exata da base de incidência tributária. Essa indefinição afeta diretamente o planejamento financeiro e a precificação dos contratos.

A distinção entre bens e serviços, tradicionalmente usada para definir a competência tributária, já não se mostra suficiente. A atuação de empresas de tecnologia dentro do setor elétrico demanda parâmetros claros para evitar conflitos entre ISS e IBS/CBS. Essa redefinição será determinante para reduzir litígios e permitir o avanço de modelos inovadores, como o de smart grids, comercialização peer-to-peer e PPAs virtuais, que conectam produtores e consumidores por meio de plataformas digitais descentralizadas.

Para Leonardo Manzan, a modernização tecnológica exige uma leitura tributária alinhada à nova economia energética.
Para Leonardo Manzan, a modernização tecnológica exige uma leitura tributária alinhada à nova economia energética.

Tributação e segurança jurídica na economia digital da energia

Para Leonardo Manzan, a segurança jurídica é elemento indispensável para atrair investimentos em inovação energética. A falta de uniformidade no tratamento fiscal de soluções digitais cria incerteza e onera projetos que poderiam ampliar a eficiência do sistema elétrico. A digitalização, quando acompanhada de políticas tributárias coerentes, pode estimular a descentralização e o uso de fontes limpas, ampliando a competitividade nacional.

A futura regulamentação do IBS e da CBS deve contemplar critérios específicos para serviços digitais aplicados à energia, evitando dupla tributação e reconhecendo a natureza híbrida dessas operações. A simplificação das obrigações acessórias e o fortalecimento dos mecanismos de crédito tributário são passos essenciais para alinhar inovação tecnológica e eficiência fiscal. A clareza normativa será fundamental para que empresas de tecnologia e energia possam escalar soluções sustentáveis com segurança.

@leonardosiademanzan

Nova era do IRPF: visão de Leonardo Siade Manzan sobre progressividade A progressividade do Imposto de Renda da Pessoa Física é uma ferramenta central para a política tributária e distribuição de renda. Leonardo Siade Manzan detalha como o novo modelo afeta contribuintes, investimentos e o planejamento fiscal. Neste vídeo, ele explica os desafios e oportunidades gerados pela reforma, mostrando como a legislação pode ser utilizada de forma estratégica para garantir conformidade e eficiência econômica. #LeonardoSiadeManzan #QueméLeonardoSiadeManzan #OqueaconteceucomLeonardoSiadeManzan #LeonardoSiade #LeonardoManzan #operaçãozelotes

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Desafios do enquadramento tributário em modelos emergentes

Leonardo Manzan destaca que novas modalidades contratuais, como armazenamento em nuvem e gestão automatizada de consumo, ainda não encontram enquadramento fiscal adequado. A ausência de tipificação clara gera insegurança para empresas e órgãos reguladores. A definição precisa das operações é fundamental para evitar interpretações divergentes e garantir coerência com o princípio da neutralidade tributária.

Outro ponto de atenção é a necessidade de harmonizar as regras brasileiras com padrões internacionais. A OCDE e a União Europeia vêm desenvolvendo diretrizes para tributação da economia digital, que podem servir de referência ao Brasil. A convergência normativa será essencial para garantir competitividade e previsibilidade aos agentes econômicos e para fortalecer a inserção do país nas cadeias globais de inovação energética.

Inovação e tributação integradas para um setor elétrico sustentável

Assim, a revolução tecnológica no setor elétrico exige um modelo tributário adaptável e tecnicamente fundamentado. Leonardo Manzan reforça que a atualização das normas fiscais deve acompanhar o ritmo da inovação, equilibrando arrecadação, segurança jurídica e estímulo à modernização.

Ao reconhecer as particularidades das operações digitais e promover simplificação regulatória, o país poderá criar um ambiente favorável à inovação e à transição energética. A integração entre tecnologia e tributação não é apenas uma tendência, mas uma condição indispensável para o futuro sustentável, competitivo e digital do setor elétrico brasileiro.

Autor: Ekaterina Smirnova

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